Consumo de energia em dezembro foi o maior segundo EPE

O Brasil teve em dezembro de 2021 o maior consumo de energia para o último mês do ano, desde o início da série histórica da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), iniciada em 2004.

O dado foi anunciado nesta terça-feira (1) pela estatal, puxado pela alta de consumo nos setores comercial (5,6%) e industrial (3,9%).

O consumo geral foi de 42,9 mil gigawatts, o que representa um aumento de 2% em relação ao mesmo período de 2020. Dezembro foi também o segundo mês de maior consumo de 2021, atrás apenas de março.

Entre os setores mais eletrointensivos da indústria, os maiores aumentos ocorreram nos segmentos de metalurgia, mineração, impulsionado pela retomada das atividades no Espírito Santo e em Minas Gerais, e produtos alimentícios.

No período, o consumo residencial apresentou queda de 3,1%. De acordo com a “Resenha Mensal do Mercado de Energia Elétrica” da EPE, o fenômeno é uma decorrência do clima mais úmido e de temperaturas mais amenas que o esperado registradas em parte das regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste.

A empresa destacou ainda que o aumento apresentado pela classe comercial foi puxado pelo consumo da Black Friday e pelos serviços prestados às famílias, e se refletiu nos 26 estados e no Distrito Federal.

Recuperação dos reservatórios

Iniciado o período chuvoso, as águas têm ajudado a recompor o nível dos reservatórios brasileiros.

Na última sexta-feira (28), o boletim semanal do Operador Nacional do Sistema Elétrico apontou melhora em três dos quatro componentes do Sistema Interligado Nacional (SIN).

A projeção do órgão é que, em fevereiro, todos eles já estejam acima dos 50% de capacidade. Os subsistemas Norte e Nordeste apresentavam, respectivamente, os patamares de 86,9% e 72,6%.

Por conta da melhora das afluências nas duas regiões o ONS recomendou à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a redução do despacho da usina termelétrica Porto de Sergipe, no início de janeiro.

A unidade é movida a gás natural liquefeito (GNL). A sugestão foi acatada pelo regulador, como maneira de reduzir custos de consumo com energia, uma vez que usinas deste tipo gastam mais para produzir energia.

O desafio continua no Sudeste/Centro-Oeste, região que concentra 70% da carga energética do país. Na área, o índice fechou o último boletim em 40,4%.

Em novembro do ano passado, o ONS estimou em três anos o prazo para que os níveis dos reservatórios sejam recompostos.

Isto significa que, mesmo com chuvas, o órgão continuará a utilizar energia térmica, para evitar gerar eletricidade pela fonte hidrelétrica até que os níveis sejam considerados ideais em todo o país.

O órgão não estima um percentual adequado de recomposição, mas especialistas apontam 70% como uma marca adequada. O país segue até abril com a bandeira tarifária de escassez hídrica, válida até abril.

Criada pelo governo em agosto de 2021, ela estabelece uma taxa de R$ 14,20 a serem pagos a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. Uma taxa 50% mais elevada que a bandeira vermelha patamar dois, praticada até então.

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